Amigos leitores, o vinho que aqui vos apresento hoje, tem como todos os que passam pelo Copo Meio Cheio, uma curta e interessante história que merece ser contada.
Há alguns anos (poucos), não sei precisar quantos, decorreu na Garrafeira Nacional uma prova dos vinhos D. Graça (Vinilourenço), com a presença do enólogo responsável, nada mais nada menos que o reputado Prof. Virgílio Loureiro. Como quase todas as provas conduzidas pelo experiente enólogo, tratou-se de uma autêntica aula sobre o mundo dos vinhos, onde muito aprenderam todos os presentes.
Imediatamente a seguir à prova deste D. Graça Viosinho 2009, foi sugerido que quem adquirisse o vinho o tentasse estagiar um mínimo de 5 anos (após a colheita), no sentido de "respeitar a qualidade do vinho", e a sua natural e positiva evolução em garrafa. O Prof. Virgílio Loureiro comparava na altura o respeito dos consumidores franceses por brancos de qualidade como os elaborados na região de Chablis, onde não passava pela cabeça de ninguém consumir um vinho antes deste período mínimo de estágio... Com este exemplo desafiou todos os presentes a contrariar a norma de consumir os brancos demasiado novos, não lhes permitindo mostrar todas as qualidades que apenas o tempo se encarrega de trazer à superfície. Assim, em 2015 terminou o período mínimo previsto, e resolvi verificar em que patamar se encontra esta referência da empresa Vinilourenço, situada no Poço do Canto (Mêda, em pleno Douro Superior). O Prof. tinha razão, a espera valeu a pena!!
Amarelo dourado na cor, a reflectir ligeira oxidação fruto da idade. Complexo no aroma a fruta de polpa como marmelo, nota de alperce, laranja e flores secas. Mostra-se especiado no ataque, vivo, algo gordo e bem envolvido nas notas frutadas. O final é longo, bem apoiado nas especiarias (pimenta) e nos citrinos, com o limão em primeiro plano.
Um branco que se apresenta com uma evolução muito interessante e em grande forma. Belo vinho (mais um)!
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