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Love never dies

Talvez seja o efeito do álcool. Ou talvez não, não sei. Deparei-me com uma constatação acerca do meu feitio. Eu colecciono paixões. E não é de hoje. Fora as óbvias paixões, mulher e filha, até neste mundano e relativo mundo do vinho, sou um gajo de paixões. Tenho uma pancada pelo Niepoort, sim. E de há uns tempos para cá, tenho uma assolampada paixão por tudo o que tenha no rótulo "Bairrada" e "Garrafeira". E desde que visitei a Quinta das Bágeiras, percebi o quão interessante é ser diferente.

Sem colagem, sem filtração. Tonéis velhos e instalações á antiga. Métodos á antiga, mas uma vontade de novo.
 
Faz-se pouco vinho, mas o que se faz é mesmo muito bom. Provei na altura, um dia abrasador em pleno Agosto (bateu os 40º...) dois espumantes. Um rosé, cheio de sabor e a pedir um dia daqueles. E provámos um Reserva de 2004. Ambos eram soberbos. Trouxe para casa seis Super Reservas de 2007, mas fiquei com os Garrafeiras na cabeça. Por várias e óbvias razões. Garrafeiras, só eram atribuídas aqueles vinhos de excepção, que eram mesmo para durar. Depois, porque... claro, pé-rapado como nós olha para cima e regala-se com os topos de gama. E depois, o preço.

Tenho, como todos a mórbida curiosidade de olhar para os topos de gama. Muitas vezes fico estupefacto com os preços. Mas o Mário Sérgio (proprietário e vinicultor desta quinta...), numa atitude ... sei lá, vou dizer, inteligente, posicionou os seus topos de gama num escalão de preço muitíssimo aceitável. Quiçá, exageradamente aceitável. Não será exagerado, porque ele não engarrafa 400 mil garrafas de um só produto. Mas vinhos que prova após prova, revelam-se dos melhores alguma vez feitos aqui, neste jardim á beira mar plantado, levam altas notas na imprensa especializada portuguesa ou estrangeira, e é até é considerada uma das 100 melhores produtoras do mundo, torna-se interessante ver os preços praticados.

Este vinho estava na loja da adega, por algo a rondar os 10 euros. O tinto, um portento de força tanínica que leva anos a domar, era 18. Na Garrafeira Nacional, andam entre os 11 e os 20. Numa grande superfície, com a excepção do El Corte Inglês nunca os tinha visto. Por isso foi uma muito agradável surpresa encontrá-los na prateleira de uma grande superfície na Margem Sul do Tejo. Por 8,5 euros. Não discuto preços quando estes me beneficiam. Pego e venho-me embora. Esperar e abri-las. Mais nada. O vinho é feito para ser bebido. Apreciado, degustado e avaliado. E tudo o resto são considerandos. É soberbo. Tem anos pela frente. E tudo o resto são palavras ao vento...


ps - foi aberto este fim de semana e acompanhou um soberbo Pargo com 1,4kgs. Ode á esposa que faz estas coisas de maneira soberba. Adoro a palavra "soberbo"... aplica-se tão bem a ela.

1 comentário:

  1. Sim senhor :-) bela garrafinha... Não é para me gabar, mas ter as honras da descoberta deste néctar por 8,69€ dá-me muito prazer! Claro que a partilha de preciosas informações como esta com a comunidade de amigos enófilos é logo imediata. De facto, os vinhos de alguns produtores Bairradinos são "diferentes", como afirmou Luis Pato na prova desta quinta-feira (09/05/2012) na Garrafeira Nacional. Muitas vezes não são fáceis, e dificultam imenso a tarefa de determinar o seu melhor momento de consumo... Nada disso se passa com este topo de gama branco da Quinta das Bágeiras! A julgar pela prova recente que fiz da colheita de 2009, é algo fantástico ainda jovem e custa até pensar o que poderá ser daqui a alguns anos... Estamos sem dúvida na presença de um dos grandes vinhos brancos feitos em Portugal, e por este preço, é inacreditável... Não hesitem se o puderem adquirir nestas consições, nem um segundo!!

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