Na nossa mais mais recentes visita ao Douro, um dos dias da nossa última viagem estava reservado para uma visita à Quinta das Carvalhas da Real Companhia Velha. O nosso anfitrião para esta visita foi o Álvaro Martinho, que desde 1997 é gestor e responsável técnico da quinta. Fomos recebidos na renovada sala de receção e de provas da Quinta das Carvalhas, e enquanto esperávamos pelo inicio da visita fomos "matando" a sede com um Quinta do Síbio Field Blend branco, um dos mais recentes vinhos da RCV.
Desde cedo que o nosso anfitrião estabeleceu o mote desta visita quando prontamente nos disse que "não estão aqui para ver barricas". Mal sabíamos nós que a tarde nos reservava uma verdadeira aula sobre o Douro, e que o nosso anfitrião era um autêntico apaixonado e conhecedor desta região e que sabe transmitir essa paixão.
À medida que percorríamos os caminhos da quinta, íamos parando sempre que o Álvaro tinha algo para nos mostrar ou uma história para contar. Uma árvore, um arbusto, uma pedra, tudo tinha o seu lugar e o seu propósito. O Douro, e em particular a faixa onde se insere a Quinta das Carvalhas, é uma caldeirão de fauna e flora que se conjuga na perfeição para dar vida às vinhas, foi esta a mensagem que o Álvaro nos passou. Depois desta visita passei a ver o Douro, e os vinhos em geral, de uma forma diferente. Para se compreender o vinho temos de compreender as suas origens, o seu terroir. São pessoas como o Álvaro que dão vida e significado ao vinho.
Regressados ao ponto de partida, tínhamos à nossa espera uma prova dos vinhos provenientes da quinta, Carvalhas Branco, Carvalhas Tinta Francisca, Carvalhas Touriga Nacional, Carvalhas Vinhas Velhas e RCV Porto Colheita 1980.
Carvalhas Branco: Um blend de Gouveio e Viosinho proveniente de vinhas plantadas a 400m de altitude, repleto de frescura e alguma mineralidade. Conjunto muito bem harmonizado e equilibrado, um vinho guloso e muito gastronómico. (PVP: 20-25€)
Carvalhas Tinta Francisca: Uma casta ainda pouco conhecida e que se encontra muito nas vinhas velhas, mas que começa agora a ganhar o seu espaço nos vinhos do Douro. Vinho muito elegante, com um perfil muito diferente, pouco corpo, muita frescura e com notas vegetais. A solo ou com comida, é um daqueles vinhos que deixa a sua marca.(PVP: 30-35€)
Carvalhas Touriga Nacional: Uma casta típica do Douro, que neste Carvalhas ganha outra vida. Perfil fresco, elegante e algo vegetal, com a fruta vermelha presente mas sem ser em demasia. (PVP: 30-35€).
Carvalhas Vinhas Velhas: Um caso sério no mundo dos vinhos nacionais. De uma seleção criteriosa das melhores uvas provenientes das melhores parcelas das vinhas velhas, com estágio prolongado em barricas, resulta um vinho complexo e equilibrado, bem estruturado, de taninos elegantes com um final prolongado. Um vinho simplesmente fantástico, e que não se esquece tão cedo. (PVP: 40€)
RCV Porto Colheita 1980: Um porto colheita muito equilibrado que dá um enorme prazer ao beber, e que ajudou a terminar em grande este dia.
O nosso agradecimento ao Álvaro Martinho pela magnifica visita e por tudo o que nos ensinou, à Joana Pratas por nos proporcionar esta experiência, e a toda a equipa da Quinta das Carvalhas que nos recebeu. Vamos voltar com certeza.
Mais informação: http://www.realcompanhiavelha.pt/
Vinhos incríveis e um cenário único. Adorei!
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