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Assuntos de Família: Caios 2010 Branco & Anima L7

O que têm em comum a Herdade do Cebolal e a Herdade de Portocarro, perguntarão os nossos leitores e seguidores? A resposta é simples: Luis Mota Capitão, enólogo e produtor da primeira, é sobrinho de José da Mota Capitão, produtor da segunda. Em comum têm ainda a paixão pelo vinho, bem como a apetência para a produção de vinhos de qualidade, que reflectem as particularidades dos diferentes terroir que lhes dão origem. Ambas as propriedades se situam genericamente na vasta região da Península de Setúbal, embora em localizações mais a sul (Santiago do Cacém e Torrão, respectivamente), e não posso deixar de admitir que são dois dos meus produtores favoritos da região, completando um largo grupo que conta ainda com Vinhos Damasceno, António Saramago e os "gigantes" José Maria da Fonseca, Bacalhôa e Casa Ermelinda Freitas.
 
Aqui vos apresento um vinho de cada um dos dois produtores acima mencionados, que provei há algum tempo e que por motivos distintos vieram mais uma vez confirmar a excelência dos respectivos terroir. Óptimas provas...
 
 
O Caios apresenta-se com uma cor amarelo-vivo. No nariz é elegante, com flor de laranjeira no primeiro impacto e notas tropicais (papaia) a envolverem-se depois alegremente nos citrinos. O corpo médio mas bem estruturado dá o mote na boca, o registo mantém-se vivo e impositivo, bela acidez e algumas sugestões minerais em diálogo constante. Termina especiado, levemente picante, com óptima persistência.
 

Este Caios 2010 confirmou os predicados que já lhe conhecia. Um vinho superior, um óptimo exemplo daquilo que se pode conseguir na região em matéria de brancos, sobretudo com a localização privilegiada da Herdade do Cebolal, com a influência atlântica ali à porta. Esperava um vinho mais gordo ainda assim, mas o perfil é todo mineral e citrino, embora suportado numa estrutura musculada, personalizada. Excelente, não foi todavia a melhor companhia para uns Pargos ao Sal, pede antes peixes mais gordos (salongo, dourada, cherne) ou de sabor mais intenso (salmonete). Fica para a próxima, tenho é de comprar mais umas garrafitas...

 
 

 
O Anima no copo apresenta-se vermelho-escuro, com reflexos acastanhados. Nos aromas as notas de terra, húmus e alguma madeira dominam um bouquet complexo que denota a evolução na garrafa. O ataque é vivo e especiado, a acidez está presente mas bem integrada. Aqui há frescura e personalidade, corpo médio, taninos suaves e uma final de bom comprimento focados nos tostados da madeira. Está num bom momento de consumo e deu uma prova melhor do que esperava!

 
 
Caios 2010 Branco
Produtor: Soc. Agric. Herdade do Cebolal
Castas: Arinto e Antão Vaz
Região: Península de Setúbal
Preço Recomendado: 14,90 € (Club del Gourmet - El Corte Inglês)
 
Anima L7 (Vinho de Mesa Tinto)
Produtor: José da Mota Capitão (Herdade de Portocarro)
Castas: Sangiovese (100%)
Enólogo: Paulo Laureano
Preço Recomendado: 27,60 € (Garrafeira Nacional)
 

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