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Dão Capital - para ficar, esperamos nós...

Depois do evento organizado pela garrafeira Nectar das Avenidas, no Hotel Real Palácio, desta vez mais produtores juntaram-se á "festa" e rumaram á capital, num evento promovido pela CVR do Dão. Desta vez o local, quase ídilico, um palacete muito bonito mesmo ao lado da Nova Bussiness School, ao lado do El Corte Inglês e a dois passos do Parque Eduardo VII.


Um evento descontraído, com muita gente envolvida e interessada, que contava além de alguns pesos pesados da região, alguns desconhecidos(para mim, pelo menos...) que estavam sempre disponíveis para entusiasticamente nos dar a provar os seus néctares. E eles eram muitos á prova e quase todos muito bons... 

 Sem querer fazer muitos destaques, porque seria injusto da minha parte fazê-lo em desprimor de outros, vou fazer algumas excepções:

- Os vinhos da Quinta Mendes Pereira, principalmente o branco Reserva de 2010. Um 100% Encruzado de altíssima qualidade, que tem anos para se por bom. E a proprietária, Raquel Mendes Pereira, um poço de energia que nunca mais acaba. Entusiasta defensora do Dão e daquilo que os vinhos desta região podem dar. É sempre um prazer falar com pessoas interessadas em promover o sitio de adopção!

(Aliás, o nivel dos Encruzados á prova era muito alto e deixam boas indicações do que pode vir por aí no que concerne á melhor casta branca do Dão. Muitos Encruzados e todos diferentes. O Terroir a mostrar-se?)

- Os vinhos da Christelle e Casimir, dos que eu mais gosto. Aliás, todos com uma excelente relação qualidade-preço. No topo, claro, o Inconnu e o Cuvée, vinhos deliciosos e com muito ainda para dar.

- O senhor Eurico Gomes. Os seus vinhos são por demais conhecidos, a sua propriedade, a lindissíma Quinta da Fata não precisa que eu ajude á promoção da mesma, mas este Senhor(com letra grande, porque merece!) é um achado e um tesouro a guardar. Apaixonado pelo que faz, consciente daquilo que a terra pode dar e tem aquela atitude de vigneron, que eu pessoalmente adoro. Estivessemos nós em França e este senhor era uma estrela! 
(Quinta da Fata reserva tinto de 2009 e a respectiva magnum)

- Quinta da Falorca. Se os vinhos eu já sabia que eram bons, não esperava, sou sincero, tanta simpatia e sinceridade do proprietário, Pedro Figueiredo. Muito simpático e muito consciente daquilo que vale o mercado dos vinhos, em Portugal e lá fora (já exporta mais de 70% da produção). Bom bocado de conversa á mistura com as duas bombas á prova, os Garrafeira de 2004 e 2007. Superiores!!
(os enormes e poderosos Garrafeiras da Quinta da Falorca)

- por ultimo, os vinhos Julia Kemper. Gosto muito da atitude da proprietária, que embora estivesse algo limitada fisicamente (afinal, SÓ partiu algumas costelas!!) nunca parou em volta dos seus vinhos. Todos bons, todos deliciosos, com destaque para um novíssimo tinto. Nasceu sem grandes pretensões, e está a fazer grande sucesso, tanto cá como lá fora. Foi, segundo consta, grande companheiro das sardinhadas das festas populares de Lisboa e do outro lado do Atlântico, grande companheiro de churrasco, no Brasil. É um tinto que se presta a isso mesmo. Á sardinha corta-lhe a gordura e ao bom churrasco, potencia-lhe o sabor. Tem um nome e um rótulo girissímo, Elpenor. 
(O rótulo foi directamente influenciado por uma fotografia tirada ás seis da manhã pelo caseiro da propriedade, uma lagarta a comer folhas de videira. As vicissitudes de fazer vitivinicultura orgânica...)

- O que vale o vinho do Dão? foi uma pergunta que coloquei a quase todos os que estavam a promover os seus vinhos. Muitos, quase todos sem excepção, disseram taxativamente, que a exportação era o caminho. No caso de alguns (Quinta dos Roques, Dão Sul, Quinta da Falorca, Julia Kemper...) é mesmo o único caminho a seguir. No caso dos Roques então, equivale a 80/85 % da facturação! Assim como lhes gabo o caminho empreendorista, tambem não posso deixar de achar muito estranho que seja dificil de achar os vinhos de alguns produtores no sul do país. Foi muito comum encontrar produtores que se queixavam que era muito dificil encontrar quem queira promover e distribuir os seus vinhos, na margem sul do Tejo e mais além. Á consideração de todos esta questão...


Por fim, um muito obrigado á organização por ter trazido alguns dos produtos regionais que mais se complementam, enchidos tradicionais e Queijo da Serra e mel, com o vinho. Pela minha parte, duas alheiras de aspecto magnifico já cá moram e espero tratar-lhes da saude um dia destes, acompanhado de um bom vinho do Dão!



A repetir, digo eu, para o ano!

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