Neste tipo de ocasiões a escolha de quais vinhos a servir revela-se por vezes longa e complicada. Após alguma reflexão, optei por dois vinhos que tinha apreciado bastante em provas anteriores e que por norma são difíceis de encontrar para venda nos locais mais convencionais.
Para abrir as hostilidades tínhamos um queijo camembert parcialmente derretido no forno coberto com mel caseiro, pasta de requeijão de Azeitão com tomates secos laminados, pastéis de bacalhau e rissóis de camarão. Para acompanhar tudo isto decidi abrir uma garrafa de um dos vinhos verdes que mais me fascinou desde o primeiro gole dado no último Adegga Wine Market realizado no Teatro Aberto: ALR DOC 2010 (embora seja muitas vezes referido como “air” devido a grafia escolhida para o rótulo, na realidade é uma homenagem a António Lopes Ribeiro, que plantou as vinhas de Casa de Mouraz há mais de 50 anos)
Tudo o que me lembrava e mais ainda... este vinho verde é realmente um prazer em formato líquido! Muito elegante, acidez no ponto, um pouco mineral e alguns traços de citrinos. Nova encomenda já está a caminho... este nunca mais vai faltar na minha garrafeira.
O impacto foi tal que se prolongou para o primeiro prato de bacalhau a braz “versão mãe”. Mais uma vez se comportou como uma óptima companhia!
O segundo prato (lombo de porco recheado com enchidos e frutos secos acompanhado de arroz salteado) exigia algo mais encorpado: Casa da Urra Reserva Tinto 2008. Aconselhado pelo meu amigo enófilo Miguel já o tinha em garrafeira há cerca de 1 ano, e tinha-o provado na última edição da Mostra dos Vinhos do Alentejo realizada no Centro Cultural de Belém. Uma pequena nota para o responsável do stand onde se encontrava este vinho a prova: estava interessado em tudo menos em publicitar os vinhos na mesa visto que nenhuma atenção era dada a quem por ali passava e se mostrava interessado. Consta que seria apenas um comercial da empresa distribuidora... mas para a próxima ter alguém “da casa” talvez ofereça uma melhor imagem do produtor que bem merece!
Focando-me no vinho em si, não defraudou as expectativas e apresentou-se como um vinho com bom corpo, aroma e paladar de frutos secos bem misturados com a madeira., com os taninos bem trabalhados. Pela prova efectuada, este vinho tem ainda alguma longevidade pela frente em garrafeira.
Mais uma noite regada com alguns exemplos do melhor que se faz em Portugal!
Belas escolhas! Agora fiquei ainda mais curioso para voltar a provar o ALR 2010, que contigo provei no Adegga WIne Market de 2011. E está a chegar em breve nova encomenda :-) Quanto ao Casa da Urra Reserva 2008, a minha garrafa também já se evaporou há alguns meses... Achei que efectivamente se trata de um vinho com bom potencial de evolução e que nessa altura foi de facto cedo para o beber. Mas o enófilo vive um pouco disto: abrir ou não abrir, eis a questão... O que importa é o prazer das novas experiências, e nesse aspecto, estas duas referências garantem bons momentos, disso não parecem restar quaisquer dúvidas! Que continuem as degustações dos grandes néctares! Abraço
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