Um dia, há alguns anos, provei um vinho siciliano, uma mistura de castas nativas da ilha do Sul de Itália. Era um Catarrato-Inzoglia... ou algo assim do género.
Lembro-me que era muito limonado, algo que na altura desconhecia totalmente, que algum vinho possuía essa capacidade.
Na quinta-feira, a acompanhar um interessante prato de tagliatelle com frutos do mar(interessante porque não tive tempo de comprar os ingredientes frescos e tive de me valer de produtos embalados...) tive o distinto prazer de abrir este Soalheiro, colheita de 2011.
O porquê da introdução, acerca de um vinho italiano?
Bem, porque nos primeiros segundos de vida (vida, entenda-se o vinho aberto...) tive a sincera recordação desse vinho em questão.
Este Alvarinho, muitas vezes apelidado de o melhor Alvarinho do país, era uma novidade na garrafeira cá de casa. Não que nunca o tivesse provado, mas estava mais habituado ao Reserva e ao Primeiras Vinhas, dois vinhos totalmente diferentes deste.
Portanto, Limão? Sim!
Fresco no paladar? Sim!
Excelente acompanhamento para o prato em questão? Sim!
Vale o preço que pedem por ele? Muitissimo subjectivo.
Para um vinho do dia a dia, não, de todo, não!
A carteira ressente-se disso, sempre são 9 ou 10 euros. Existem outras opções no mercado, que até poderiam complementar muito bem o repasto em questão, talvez um Loureiro quem sabe?
Mas abri este.
E não me arrependo da escolha, veja-se bem! Mas não é um vinho de abrir a boca de espanto, isso não é!
Amigo Pedro, concordo com a essência deste teu artigo, e vou mesmo mais longe!
ResponderEliminarPara mim este Soalheiro 2011 (8,49 €) que comprámos aproveitando uma interessante promoção do Pingo Doce, foi também uma estreia recente lá me casa, e muitas expectativas tinha, como tu! No entanto, talvez essas mesmas expectativas tenham traído a minha avaliação deste vinho, sucessivamente tido como o melhor alvarinho (nesta gama de preços, até aos 10 € sensivelmente) dos alvarinhos da região dos vinhos verdes.
A verdade é que não me fascinou assim tanto, esperava mais afinação aromática, e maior afirmação na prova de boca, mas não foi essa a sensação com que fiquei... Trata-se de um bom alvarinho, sem dúvida, aromático sem ser muito exuberante, algo mineral e citrino, alguma suavidade no corpo e final mediano. Se é o melhor alvarinho que provei? Não, outros houve, mesmo recentemente (Vinhos de Assinatura Anselmo Mendes Alvarinho 2011 - Enoteca), que me marcaram mais... Se justifica o preço que custa? Como tu, penso que está um pouco exagerado para o mercado, mas tendo em conta as positivas avaliações na imprensa especializada e a procura que tem, penso que certamente se António Cerdeira venderá facilmente tudo o que produz. Voltarei a comprar? Humm, será díficil... Mas ainda vou esperar mais uma ano para beber a outra garrafa que tenho em casa, e não me admirava se tivesse uma agradável surpresa!!